Archive for outubro 2013

E não sobrou nenhum... / O caso dos dez negrinhos

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Confesso que sempre tive receio de ler uma obra da Agatha Christie. Isso pode soar machista, mas a impressão que eu tenho é que livros de autoras não me agradam, com exceção do vasto mundo criado por J. K. Rowling na saga de Harry Potter. Mas um dia meu primo me falou sobre ela, e ele me disse que ela é uma das autoras de maior sucesso que já esteve entre nós, seus livros podem ser encontrados em mais de 100 idiomas diferentes e já totalizaram 4 bilhões de cópias vendidas, sendo superado apenas pela Bíblia. Então eu pensei que algo de interessante devia haver na escrita dessa mulher. Meu primo recomendou “O Caso dos Dez Negrinhos”, eu li e me apaixonei.



“O Caso dos Dez Negrinhos” foi lançado em 1939 no Reino Unido, e posteriormente foi lançado nos Estados Unidos como “E não sobrou nenhum..”. É o livro mais vendido de Agatha Christie, totalizando a marca de mais de 100 milhões de cópias vendidas.

O livro nos transporta para uma pequena e remota ilha na costa de Devon. Oito pessoas foram convidadas à ilha por um casal desconhecido, identificados apenas pelas iniciais U. N. Owen. Todos os oito personagens foram atraídos para ilha por motivos diferentes, motivos esses que são retratados na primeira parte do livro, que relata a viagem de cada convidado. Ao chegarem na ilha os oito são recebidos por um casal de criados que informam que o senhor e a senhora U. N. Owen não puderam chegar a tempo e que os convidados terão de esperar. Mais tarde, depois do jantar, os hospedes ouvem uma voz que distribui acusações de assassinatos à cada um dos convidados, incluindo o casal de criados. Todos ficam indignados e apavorados ao mesmo tempo e tentam procurar informações sobre o casal anfitrião com o casal de criados, mas eles nunca se encontraram na vida e a comunicação entre os patrões e os criados foi feita exclusivamente por cartas e cheques. A única maneira de sair da ilha é de barco, mas o mar se encontra muito agitado, impedindo que qualquer barco chegue na ilha.

O terror toma conta do ambiente quando os convidados vão sendo assassinados um por um, seguindo fielmente um poema que é encontrado nos quartos dos hospedes:

Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;
Um deles se engasgou e então ficaram nove.
Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!
Um deles cai no sono, e então ficaram oito.
Oito negrinhos vão a Devon em charrete;
Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.
Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles se corta, e então ficaram seis.
Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;
A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.
Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;
Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.
Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez
O arenque defumado, e então ficaram três.
Três negrinhos passeando no zoo. E depois?.
O urso abraçou um, e então ficaram dois.
Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então ficou só um.
Um negrinho aqui está a sós, apenas um;
Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum.

Agatha Christie cria um clima de tensão com maestria. Ao ler o livro ficamos intrigados tentando descobrir quem é esse maldito assassino. Eu mesmo cheguei a cogitar a possibilidade dele estar se escondendo na ilha, mas em certo ponto da história os personagens fazem uma busca geral pelo lugar e percebem que o assassino é um dos convidados, mas quem?

Posteriormente a polícia chega ao local e encontra 10 corpos. Uma investigação é iniciada e então podemos ler o epílogo do livro, que se trata de uma carta do assassino, contando o porque e como ele arquitetou tal plano. O final acaba por ser surpreendente.


“E não sobrou nenhum...” ou “O caso dos dez negrinhos” é uma obra prima quando estamos falando de romances policiais. Se você nunca leu o gênero, como eu não havia lido, vai querer se aprofundar ainda mais nele. E como Agatha Christie é autora de mais de 80 livros, parece que vamos ter muito que ler pela frente.


Links:

The Perks of Being a Wallflower – As Vantagens de Ser Invisível

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Relutei para assistir esse filme. Tanto pela atuação da Emma Watson, que finalmente se desligou do mundo Harry Potterano, quanto pela temática. A princípio me pareceu mais uma produção cinematográfica em que o ‘desajustado’ do ensino médio conseguiria ser popular/era maltratado. Típico clássico teenager americano.
Mas o filme aborda temas bem interessantes. Alguns mais polêmicos, outros mais comuns. Vai desde o bullying até a repressão de lembranças que fazem com que Charlie, o protagonista, interpretado por Logan Lerman, seja fechado, tenha surtos psicóticos e tendências suicidas.

As boas mensagens estão implícitas nos diálogos e na maneira como os adolescentes tratam uns aos outros. A irresponsabilidade e imaturidade dos jovens, muito inteligentes, faz com que as conversas sejam sempre as melhores e as tiradas geniais e hilárias. Confesso que até fiz algumas pausas pra ficar rindo.
Devo declarar que aprecio a atuação de Ezra Miller, o Patrick “Nothing” que interpreta o irmão de Sam (Emma Watson). O vi pela primeira vez ao assistir Precisamos falar sobre Kevin, mas nunca me encantei tanto por ele como agora. Realmente vi um potencial imenso. Quanto a Emma  não foi mais do que eu esperava. Sempre achei uma boa atriz, então nada de tietagem aqui.

O roteiro do filme é bem clichê, mas o que faz com que ele seja bonito e emocionante é a forma como o diretor trabalha com isso, sempre tentando fugir do convencional e esperado. Explorando as nuances para deixar a produção mais leve. O final é muito bom porque transpõe o ‘felizes para sempre’ e humaniza os típicos erros e acertos de jovens que estão começando a viver. A trilha sonora é impecável. É um filme que vale a pena, tanto para reflexão quanto a nível de entretenimento. Recomendadíssimo. 



Subvision - So Far So Noir

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Banda: Subvision
Album: So Far So Noir
Lançamento: 2006


Subvision é uma banda de Linköping/Estocolmo, tendo o vocalista Tobias Forge como principal compositor. So Far So Noir foi lançado em 2006 e é o primeiro e único álbum completo da banda até agora. O CD nos mostra o clássico indie rock soando de uma forma particularmente melhor do que outras bandas semelhantes.

A mistura de músicas agitadas como Cartwheeling the void e outras mais lentas como Lady Morgue formam uma boa base de mistura para o álbum que dificilmente é definido como entediante.
Há uma porção de boas músicas, inclusive a já citada Cartwheeling the Void, mas a canção que deu nome ao EP lançado antes do álbum, Killing Floor também é destaque. Além disso, é difícil encontrar alguma música fraca nesse lançamento.

So Far So Noir é um álbum facilmente recomendável. Mas o chato é a escassez de informações sobre a banda e sobre seus membros por ser uma banda da cena underground de Estocolmo. Aliado à isso soma-se o fato de que o Subvision é apenas um projeto do vocalista Tobias Forge, que tem uma banda de death metal que você pode conferir aqui, se tiver ouvidos suficientes.


Se você se interessou pela banda ou pelo album, você pode baixa-lo aqui e comprar digitalmente pelo  iTunes.

Um novo colaborador...

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Semana passada fui convidado pela minha ilustre amiga Fany pra ajuda-la com esse blog, fazendo resenhas de coisas diversas. Resolvi aceitar. Então venho por meio dessa postagem me apresentar, meu nome é Rouland Braña e sou estudante de Comunicação Social pela UFAC. Foi lá onde eu e a Fany nos conhecemos e temos nos dado super bem desde então. Nas minhas postagens vou falar geralmente de música, livros, jogos, séries e talvez filmes. Toda terça estarei tentando trazer uma resenha nova pra vocês. Mas enfim, é isso aí. 

Avalanche

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Eu encontrei tua alegria, como que por acaso, depois de meses e meses sem te ver ou mesmo sentir tua falta. Não que eu não me importe, é só que minha cabeça anda tão cheia que não nem me atento tanto. Mas percebi a sua ausência na maioria dos lugares que costumamos frequentar.

Te vi de longe. Não sabia ao certo se era você, ou se eu apenas passaria vergonha por estar encarando a pessoa errada. E o teu sorrir se denunciou. E logo nosso abraço de encontro passou dos olhos à fala afetuosa e em seguida ao aperto dos corpos, e pude senti que a sua saudade era bem maior que a minha, ou talvez tenha sido apenas impressão.


Seus olhos fechados pareciam selar um beijo secreto com minha alma, enquanto nosso enlace se fazia. Soltei-me para não sucumbir todos os meus anseios afoitos em teus braços. Você preencheu, por alguns instantes, todos os vazios e devaneios que perturbam constantemente o meu ser. 


Não sei se tem algo em ti que torna cada pequeno gesto singular e especial, mas o nosso encontro anda repercutindo demais em meu coração. E eu agradeço muito por você ter me lembrado que eu tenho um coração que pulsa e se emociona, afinal.