Breaking Bad: o Cinema na TV

A nossa vida é cheia daquela velha reflexão mental "E SE?!", que nos faz refém de nós mesmos. Como já dizia Chico: "E se o oceano incendiar? E se cair neve no sertão? E se o urubu cocorocar?". Então a minha pergunta é: e se, você, um dia depois do seu aniversário de 50 anos (ou qualquer outro), descobrisse que estava com câncer pulmonar? E, ainda mais: inoperável?! Breaking Bad começa exatamente aí, com um BOOOM na vida de Walter Hartwell White.

Breaking Bad já vem detonando nos minutos iniciais, mostrando pro que veio: “Este programa contém enredo adulto, linguagem vulgar e cenas de sexo. Esteja o expectador ciente..

Que nem mamãe dizia: "quem não pode com o pote, segura na rodilha". Fomos avisados, então let's cook, bitches!



Antigamente, na era dos dinossauros, o cinema nos trazia grandes obras de arte, que nos enchiam dum mix de expectativa, emoção e gritos abafados de vibração. Quem aqui foi assistir nos cinemas ao Senhor dos Anéis, Django Unchained ou até mesmo Harry Potter? Aposto que em algum momento tudo foi emoção, aquele brilho no olhar, excitação, sangue voando no teu corpo, palavrões e derivados, não?! O cinema tem um brilho, todo um charme, uma magia que não pode ser explicada. Só que essa magia não é infinita, as tramas não são infinitas, os objetivos já não são mais tão os mesmos (R$). Então eu sento e te pergunto: qual foi o último filme/série que você assistiu que te deixou sem fôlego ou até mesmo dando tapinhas ao vento de comemoração? Talvez seja uma pergunta que te faça puxar a resposta longe, muito longe. Esse é o motivo pra assistir a Breaking Bad. Logo no episódio piloto, a série nos mostra Walter, o personagem principal, dirigindo descontroladamente um trailer com alguém desmaiado no banco do passageiro e outros dois jogados lá atrás, aparentemente mortos. Num certo momento, ele sai da estrada e também do trailer. Só de cuequinha e com uma câmera, no maior estilo de Pistoleiro, ele começa a gravar:

"Meu nome é Walter Hartwell White, moro na Alameda Riacho Negro, 308, Cidade de Albuquerque, no Novo México, CEP: 87104. Para as entidades de imposição da lei, isso não é uma confissão. Estou falando para a minha família agora. Skyler... você é o amor da minha vida, espero que saiba disso. Walter Júnior, você é o meu rapagão. Hav... Haverá algumas... coisas... coisas... que vocês descobrirão sobre mim logo... em poucos dias. Só quero que vocês saibam que não... Não importa o que isso pareça, eu só tenho vocês no meu coração. Adeus.".

Ao fundo do cenário, lá longe, podemos ouvir as sirenes se aproximando... Então Walter larga e câmera e se dirige pro meio da estrada com uma arma na mão e a aponta para frente. Vendo essa cena, todo esse depoimento, podemos notar que Walter é um homem que se importa muito com a família e, "com a família não se brinca". Na festa surpresa do seu aniversário de 50 anos, com toda a família e amigos reunidos na sala, começa uma reportagem com o cunhado policial de Walter na TV. Lá, vemos Hank, o cunhado de Walter, aprendendo muito dinheiro vindo da venda de metanfetamina. Walter acaba ficando encabulado com a quantidade de dinheiro, mas deixa passar. No dia seguinte, ele desmaia no trabalho e descobre que têm poucos meses de vida, com o câncer pulmonar inoperável como paradigma final. A vida tem dessas coisas... um dia estamos bem, outros dias nem aí... Mas ela segue. Então Walter liga pro seu cunhado e diz que quer participar duma operação com ele, só pra conhecer como é, por "curiosidade". Durante essa operação, ele encontra um ex-aluno seu, Jesse Pinkman, bitches! Jesse nunca foi um bom aluno, podemos notar de cara. Pinkman produzia metanfetamina e tinha acabado de perder o parceiro de produção. Nesse exato momento é que vemos uma mudança drástica na vida dum professor de Química, pai de família, sempre politicamente correto, no melhor "cozinheiro" de metanfetamina das galáxias! Walter se junta a Jesse e juntos, eles fazem a metanfetamina mais pura que todos já viram. A partir desse ponto, Walter White passa a se chamar Heisenberg, tudo pra deixar um legado pra sua família, mas no fundo, depois de tantos episódios, vemos que não é apenas isso. Walter realmente ama o que faz. Ele ama ser o centro, traficar, ter o poder nas mãos e ostentar.

Enquanto Jesse entendia do assunto, do tráfico, das ruas, White sabia como produzir algo quimicamente mais puro do que qualquer outra metanfetamina do mercado. De mocinho a monstro, Walter White se tornou um dos maiores personagens já criados nesse universo de séries e filmes e nas histórias dos carteis. Quando o assunto é negociar, Walter, o "come quieto", era um mestre na arte. Não sendo forte fisicamente, mas forte nas palavras e ações, o diretor de Breaking Bad, Vince Gilligan, criou um Monstro com "M" maiúsculo chamado Heisenberg. Na série, conseguimos chorar e rir ao mesmo tempo, sem perder toda aquela atmosfera totalmente tensa e dramática de algo feito com carinho. Podemos acompanhar o crescimento dos personagens, a evolução dos atores, uma trilha sonora de qualidade e aquela velha magia dos cinemas, só que agora diretamente na tela do seu notebook (TV). Com cinco temporadas bem feitas e com um final, que no meu ponto de vista e de nos muitos fãs, não deixou a desejar, Breaking Bad é altamente recomendado pra quem quer um entretenimento de alta qualidade.

PS: A série começou a ser exibida dia 15/01/2014, de terça à sexta-feira, a partir das 23:15, na Record. Quem quiser tentar a sorte com a "Química do Mal" (morrendo de rir hahahaha), boa sorte e boa diversão!

Links:

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Submarino

This entry was posted on quarta-feira, 15 de janeiro de 2014 and is filed under ,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response.