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Her: Qual Sistema Operacional (SO) você usa?

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Em busca do limite do físico e espiritualmente impossível(?), o homem vem constantemente investindo em tecnologia e em recursos revolucionários para impulsionar não só a sua economia, mas também para ampliar os seus horizontes, sejam eles bélicos, econômicos, profissionais ou pessoais. E nessa corrida, sempre somos presenteados com obras cinematográficas que buscam fundir o homem com uma máquina ou desenvolver uma máquina com emoções humanas, criando assim, talvez, o homem perfeito. Temos exemplos bem famosos, como em Robocop, The Terminator e Bicentennial Man. Pra quem assistiu ao último filme que foi citado, vemos um robô criando laços humanos. A Terra ainda não é como o universo de Star Wars, cheio de robôs e outros bichos um tanto quanto curiosos e desajeitados (tirando os humanos, claro), mas é notável que o homem está em busca dum passo evolutivo envolvendo máquinas poderosas (e imortais) com emoções tipicamente humanas. A Inteligência Artificial é o ramo da ciência da computação que pode tornar isso possível, criando dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar (criando um ~cérebro digital~, com um ramo de IA chamado Redes Neurais), tomar decisões, resolver problemas, aprender com os erros etc. Resumindo tudo: ter a capacidade de SER humano enquanto se É máquina.

Redes Neurais

Agora eu paro e leio o teu pensamento: "marminino, tu não ia falar sobre o filme lá, o tal de Her?! Em qual parte isso se relaciona com o filme? Tedoidé!". Calma, a introdução foi já feita. Agora, vem a melhor parte: o filme!









Vencedor da categoria "melhor roteiro original", concorrendo diretamente com outros grandes filmes como Dallas Buyers Club e Blue Jasmine, Her trouxe um roteiro impecável e um tanto quanto visionário e, por hora, utópico. Escrito, dirigido e produzido por Spike Jonze (de Where the Wild Things Are e outros filmaços), o filme nos coloca na pele de Theodore, um escritor recém separado e cheio de charme, interpretado pelo nosso querido Johnny Cash, o Joaquin Phoenix.

Enquanto Theodore ainda sofre internamente com as dores da sua separação e a saudade de seu ex-amor, a vida segue e ele até tenta se relacionar com algumas pessoas ou procura um sexo casual em salas de bate-papo nas madrugadas quando acorda e sente-se solitário, mas sem muito sucesso. As coisas são assim, né? Sempre estamos tampando um buraco com outro. Não sei dizer exatamente em qual ano a trama se passa, mas é notável que a tecnologia apresentada é muito avançada, permitindo comandos de voz para se fazer tudo o que fazemos manualmente, como digitar, por exemplo. Um certo dia, enquanto caminha nas ruas, Theodore depara-se com um anúncio da Element Software (a Microsoft no futuro) e a apresentação dum novo Sistema Operacional, agora com Inteligência Artificial. Essa "entidade intuitiva", segundo a Element, seria capaz de te escutar, entender e até te conhecer, pois não era apenas um sistema operacional, mas sim uma consciência, chamada OS1. Então, solitário e abandonado, o que Theodore decide fazer?! Exatamente isso, vai lá e compra o novo sistema operacional.

Antes do sistema ser inicializado, algumas perguntas são feitas a Theodore para determinar as características de seu sistema e, entre essas perguntas, uma é fundamental pro enredo se desenrolar: se ele desejaria uma voz masculina ou feminina. Feminina, né (não interpretem de forma errônea haha)?! E assim nasce Samantha, o sistema operacional com consciência mais delicioso de todo o mundo, na voz de adivinhem quem?! Isso mesmo, aquela que envolve muitos homens (e mulheres, sem dúvidas) com os seus cabelos louros de mel, sua sensualidade femme fatale e um sorriso que ilumina o dia de qualquer um, a gatíssima Scarlett Johansson! Posso até ouvir o suspiros de vocês... Menino, se aquieta! É apenas uma voz, mas há cada situação que... Só assistindo.

OS1, o sistema operacional com consciência sendo inicializado. WOW!
Em certos momentos, apenas desejamos simplesmente ter alguém  pra nos ouvir e aconselhar, outras vezes apenas nos ouvir, rir e compartilhar pedaços da memória. E é dessa simplicidade e daquilo que convém que as sementes são plantadas e criam raízes. A principio, Theodore fica assustado com a capacidade do que essa consciência  no sistema operacional, algo não-humano e sem corpo, poderia fazer. Por fim, ambos começam a desenvolver laços e Samantha começa a sentir-se "diferente". Nesse momento, pensamos: isso dará um rolo doido! Note que esses sistemas operacionais com consciência estavam sendo vendidos e que não só Theodore comprou um. No decorrer do filme, ouvimos pessoas dizendo que fulano ou ciclano tem um namorado que é um sistema operacional. Que louco, não?! A trilha sonora e a fotografia do filme são bem harmônicas e combinam com cada momento que nos são presenteados.

O filme desenrola-se com base nessa relação, com um drama que nos faz rir e conheço gente que até chorou assistindo. O enrendo, sem dúvida, é muito bem trabalhado e deve ser apreciado por quem gosta dum bom filme. Finalizarei por aqui, pois apenas quis trazer uma visão geral do filme e dizer que Her mereceu sim ganhar esse Oscar, apesar de parecer um tanto quanto estranho alguém se relacionar com uma máquina (?). E você, qual sistema operacional utiliza no jogo do amor?






Ni No Kuni: Wrath of the White Witch [Ps3]

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O amor é um sentimento inexplicável, né?! Ao mesmo tempo que é paradoxal, esse sentimento também é um axioma mundial: sabemos o que é (nem sempre (?)),  principalmente quando o sentimos, mas não sabemos explicá-lo ou ter uma definição. Então, pra fazer você tremer na base, caro leitor, te faço a seguinte pergunta: até qual ponto você iria pra salvar alguém que ama?! Ni No Kuni responderá essa pergunta!

Amor materno: Allie e Oliver. <3

Enredo: Inicialmente lançado em 2011, mas chegando apenas em 2013 no Ocidente, Ni No Kuni me fez gastar 45 horas na frente da TV enquanto ria, chorava e vibrava ao mesmo tempo que avançava na estória. Oliver, um garoto de apenas 13 anos, livre de toda maldade ou da essência corrompida pela sociedade, uma criança com o coração puro, é o foco de Ni No Kuni. Vive com a sua mãe, Allie, na pequena cidade de Motorville e, é apaixonado por coisas mecânicas, como carros etc. Certo dia, seu amigo nerd, Philip, o encontra e diz que finalmente terminou de construir o seu carro e chama Oliver pra fazer o test drive. A princípio, Oliver diz que não, pois é muito perigoso e que a sua mãe não deixará, mas logo depois finda marcando de encontrá-lo a noite e fazer o teste. Criança ama diversão, afinal.


Oliver e Philip, aprontando e sendo crianças.
Oliver, na calada da noite, sai de mansinho, faz o ~ninja~ e vai de encontro a Philip, pra testar o carro. Maravilhado com a beleza do que foi produzido, Oliver pede pra ser o primeiro a dirigir (tá sentindo o cheiro de encrenca no ar? Não?! Então CORRÂ, LINDA!). No momento em que eles colocam o carro na rua e saem por aí, fazendo o cover de GTA, a mãe de Oliver tem um insight,  essas coisas de mãe e, acorda no meio da noite e nota que Oliver sumiu. O garoto, ingênuo e sem CNH, acaba perdendo o controle do carro e vai parar no meio dum lago na cidade. Do outro lado da estória, Allie sai de casa, desesperada, em sua busca por seu pequenino e o salva. Até esse ponto, "tudo bem", mas quando chegam em casa, Allie começa a sentir fortes dores no peito (infarto) devido a emoção da noite e é levada ao hospital, lugar em que dias depois, falece. Agora, como Oliver, de apenas 13 anos iria viver? Nem eu sabia, mas quando Oliver tenta aliviar o turbilhão de sentimentos, principalmente o de culpa e o de saudade, chora abraçado com um boneco que sua mãe o presenteou e disse a Oliver que ele o protegeria, findamos descobrindo. O boneco, um bichinho estranho, meio elefante, meio batatinha, quando as lágrimas de Oliver caem sobre ele, começa a ganhar vida (?) e a falar. Somos apresentados ao Mr. Drippy e ele diz que é uma fada (do sexo ~masculino~ hehehe) e que vem doutro mundo. Esse outro mundo é um reflexo do nosso e é lá onde as nossas almas gêmeas vivem. Essas almas gêmeas também são o nosso reflexo, com a mesma essência e derivados. Se você está triste, por exemplo, a sua alma gêmea também estará. Sentiu o laço?
Mr. Drippy nos traz esperança! Esperança pra trazer a mãe de Oliver novamente a vida, explicando que em seu mundo, existe um mago negro chamado Shadar, the Dark Djinn e que ele quebra os corações das pessoas do mundo de Drippy, roubando o amor, o carisma, a coragem etc. Como consequência disso, também quebrará o coração da sua alma gêmea que vive no mundo de Oliver. Agora, será que você entendeu o que aconteceu com a mãe de Oliver?! Em O Outro Mundo (Ni No Kuni, traduzindo pra PT), a alma gêmea da mãe de Oliver era uma grande sacerdotisa e que por motivos desconhecidos até o início do jogo, foi banida e aprisionada por Shadar dentro duma esfera. Foi exatamente nesse momento em que a mãe de Oliver, Allie, faleceu. A esperança de Oliver é despertada quando Mr. Drippy diz que talvez, talvez, juntos, eles possam trazer Allie de volta, mas antes, precisam destruir Shadar. Oliver, espantado como eles fariam isso e como iriam pro O Outro Mundo e destruiriam Shadar, sendo que ele era apenas um menininho de 13 anos, ficou extasiado quando ganhou um diário de mágicas, junto duma varinha. Com o auxílio da sua fada madrinha(fado padrinho), Oliver executa a magia Gateway e então um portão é aberto. Esse é o portal que conecta os dois mundos. Ambos entram e é quando realmente vivemos uma fantasia inimaginável.

Mr. Drippy e Oliver executando a magia Gateway.

Enfim, Ni No Kuni!

Gráficos: Venho colocando imagens do jogo desde o início apenas com uma intenção: mostrar o quão belos e magníficos são os gráficos em Ni No Kuni. Produzidos pela Level 5, empresa que trouxe grandes JRPGs (RPGs japoneses) ao mercado,  como Dragon Quest VIII e Rogue Galaxy, ambos pra plataforma Ps2, juntamente com o Studio Ghibli, que produziu a tão renomada e cativante animação, A Viagem de Chihiro, fizeram um trabalho de tirar o fôlego! Desde o mapa-mundial até os detalhes mais sutis dos ambientes, como florestas encantadas, vales envenenados, o vento batendo no teu rosto e movimentando as árvores e tudo ao redor, são extremamente bem detalhados e feitos com um amor especial. Sem dúvida, essa obra de arte possui uns dos melhores gráficos já criados nos videogames, levando você, jogador ou expectador, a um mundo completamente cativante e que faz os nossos olhos brilharem (own =*.*= ).

Algumas imagens dessa obra de arte! <3

Trilha sonora: Sabe aquelas músicas que te levam a lugares dum estado espiritual superior? É poesia em forma de música, com pequenas doses de paz interior. A trilha de Ni No Kuni é produzida pela Orquestra Filarmônica de Tóquio. A música tema, produzida por Joe Hisaishi, que também é responsável pelas trilhas do Studio Ghibli, é apenas um pedaço da grandiosidade musical que Ni No Kuni apresenta. Junto com o enredo e os gráficos, a trilha sonora traz uma harmonia sem comparação no jogo.



Sistema de batalha: Pra fechar o pacote com chave de ouro, fomos presenteados com um sistema de batalha em tempo real misturado com algo das antigas. "Menino, o que tu falou, doido?!", calma! Cada personagem, como Oliver e seus companheiros, que vão entrando ao decorrer da estória, podem carregar até três familiares. Os familiares são as criaturas que vivem no universo de Ni No Kuni. Após lutarmos com elas, elas podem se apaixonar e você pode encantá-las tocando a sua harpa mágica! Feito isso, elas são levadas pruma espécie de gaiola, onde podemos alimentá-las, aumentando os seus status (como ataque, defesa, magia etc) e evolui-las. O jogo dispõe de 400 familiares, contando com as evoluções de cada um. Um familiar, por exemplo, quando no estágio final, é possível escolher qual será a sua forma final, levando o teu companheiro a diferentes tipos de poderes.

Personagens e seus respectivos familiares.

Enquanto caminhamos pelas cavernas, montanhas ou navegamos pelo mar em Ni No Kuni, podemos ver os inimigos. Quando tocamos neles, entramos em batalha. Então, temos a opção de escolher entre os personagens ou os seus respectivos familiares. Dependendo da sua estratégia, podemos nos movimentar por todo o cenário de batalha e escolher as suas ações, como soltar magia "x" ou "y", defender o ataque do inimigo ou voltar ao controle de seu mestre.


Resumo: Depois de tudo isso que falei, a única coisa que você pode fazer, é correr e comprar o jogo, bebê! Ni No Kuni também possui uma versão pra Nintendo DS, mas bem inferior a de Ps3, plataforma em que fiz a análise. O que falar desse jogo que nem joguei mas que já considero pakas?! Ni No Kuni: the Wrath of the White Witch, apesar do enredo clichê, mas que é muito bem contado, pode parecer infantil, mas tenha certeza de que grandes desafios estão a sua espera. Vale comprar, fazer 100%, jogar novamente e até colocar na parede, num quadro de ouro. Todos os gamers estavam com saudade dum bom JRPG, principalmente o Dorigor, amante de bons enredos e Finais Fantasies.
Trailer do jogo:



Nota: 1.000!


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The Following, colocando histórias sobre psicopatas no bolso

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Quem me conhece sabe que eu classifico seriados entre dois grupos: Game Of Thrones e aqueles que são quase tão bons como Game Of Thrones. Mas ano passado eu fui apresentado à um seriado que abalou essa classificação, The Following.


The Following é focada no conflito psicológico entre duas pessoas: Ryan Hardy e Joe Carroll.


Joe Carroll era um renomado professor de literatura, pai de família, com um casamento feliz. Um homem charmoso e aparentemente inofensivo, que surtou após seu primeiro livro ter sido um fracasso critico e que foi condenado em 2004 por assassinar 14 alunas no campus da Universidade em que trabalhava.






Ryan Hardy era um agente do FBI e foi responsável pela captura de Joe Carroll, no ponto de partida da série Ryan enfrenta problemas com alcoolismo e está afastado do Bureau. Sua vida vira de cabeça pra baixo quando ele é chamado de volta da sua aposentadoria para ajudar a encontrar Joe Carroll mais uma vez, que conseguiu escapar do corredor da morte.



O FBI estima que existam mais de 300 assassinos em série ativos nos Estados Unidos. Agora imaginem como seria se todos esses assassinos tivessem contato um com o outro e fossem conectados por um ideal em comum? Joe Carroll foi capaz dessa façanha! Com a ajuda de um policial e da biblioteca digital da prisão, onde ele tinha acesso à internet, o brilhante psicopata foi capaz de juntar várias pessoas com distúrbios psicóticos e canalizar esses distúrbios em favor de si próprio.


De forma sedutora, Joe Carroll convenceu os seus seguidores de que a única forma de se viver feliz é matando. Muitos o consideram como uma figura paterna, outros o veneram como se fosse um deus.
Durante dois anos, o professor organizou uma seita de assassinos, e esquematizou um grande plano onde seus seguidores iriam o ajudar a acabar com a vida de Ryan Hardy aos poucos.

Ryan tinha 14 anos quando sua mãe perdeu uma batalha contra leucemia, quando tinha 17 perdeu seu pai, que foi morto ao tentar impedir um assalto a uma loja. Ryan e sua irmã também tinham um outro irmão, que era bombeiro e que morreu trabalhando no ataque de 11 de setembro. A vida de Ryan sempre foi cercada de morte, e Joe Carroll sabe disso muito bem. E é através disso que Joe Carroll mexe com o psicológico de Ryan ao ponto de deixa-lo surtado.

Mas nem sempre Joe Carroll nutriu esse ódio pelo agente. Ryan Hardy, depois do julgamento, se envolveu amorosamente com Claire Matthews, que era esposa do professor psicopata. Mesmo com uma mente conturbada, porém brilhante, percebemos que Joe Carroll ama Claire e que todo o ódio que agora ele nutre por Ryan surgiu desse envolvimento amoroso que sua mulher teve com o agente.

É importante lembrar que Joe Carroll é um fã assumido de Edgar Allan Poe, um renomado escritor americano que também via beleza na morte. Inclusive o livro de Joe Carroll, chamado O Mar Gótico, é uma continuação para um manuscrito inacabado de Edgar Allan Poe.

O seriado é lotado de referências a Edgar Allan Poe, alguns dos seguidores usam máscaras com o rosto do escritor, citações são deixadas nas cenas dos crimes e outros tantos detalhes. Abaixo um exemplo...


NEVERMORE é uma clara referência ao poema "The Raven", de Edgar Allan Poe. Aqui a Wikipedia pode nos dar um resumo: "Neste poema, a figura do misterioso corvo que pousa sobre o busto de Pallas (ou Atena, na maioria das traduções feitas para o português como a de Fernando Pessoa) representa a inexorabilidade da morte e seu impacto sobre o personagem, o qual, no seu papel de arquétipo correspondente às tendências da geração literária de Poe, lamenta e sofre profundamente com a perda de sua amada Leonora (Lenore, no original). No final do poema, o corvo, o qual representa, como dito acima, a inexorabilidade da morte, repousa sobre o busto de Pallas simbolizando o pesar eterno que se abateu sobre a alma do protagonista."

The Raven ilustrado por Gustave Doré


Quando The Following foi anunciada, o poster de divulgação tinha os dizeres: 
"...The most SUSPENSEFUL... the most ACTION-PACKED... the BEST NEW SHOW of the season!"
E eu posso dizer que não tinha nenhuma mentira nesse poster. O show agradou todos que assistiram e tem sido um grande sucesso. Atualmente a série encontra-se na segunda temporada. Um seriado do jeito que eu gosto, impactante e cheio de revira-voltas, com uma característica já comum em Game Of Thrones e The Walking Dead: ninguém está a salvo.

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Contracorriente – Humanidade x Moralidade

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O filme Contracorriente, produzido em 2009 pelo diretor estreante Javier Fuentes-León, possui linguagem descomplicada e direta. O longa ilustra a temática homossexual em um pequeno e pacato vilarejo, onde todos se conhecem desde crianças. No cenário o tempo parece ter parado e o papel do homem é delimitado em trabalhar, casar, cuidar da família e manter toda a estrutura necessária para seus descendentes. Nesse panorama arcaico, o protagonista Miguel (Cristian Mercado), que segue todos os padrões e tradições em que nasceu inserido, se envolve com o artista plástico forasteiro, Santiago (Manolo Cardona) que se apaixona por ele, iniciando o conflito que torna o roteiro envolvente e instigante.

No decorrer do filme Miguel divide-se em dois. Marido e amante. Apesar de amar a esposa Mariela (Tatiana Astengo) e aguardar ansiosamente pelo nascimento do primogênito, ele não consegue se afastar desse modelo social em que foi criado. Assim, a repreensão do próprio desejo/paixão causa agonia e tristeza, prendendo totalmente a atenção do telespectador ao despertar a curiosidade para a resolução da trama. O contraste entre a obrigação de ter que agir conforme é esperado e agir como realmente quer, move o protagonista e provoca o questionamento tanto nele quanto quem assiste. Miguel ama as duas vidas que tem mas de maneira distinta e particular. O desenrolar da história traz o aspecto sobrenatural, com a morte de Santiago, que estimula Miguel a admitir sua verdadeira paixão ao aparecer na forma de espectro.

É possível notar o turbilhão de sentimentos e vontades distintas que perturbam Miguel, que no final faz sua escolha e é, de certa forma, respeitado por ela – apesar da relutância inicial dos moradores da vila de pescadores, um povo enraizado em crenças religiosas e sociais. Alguns acabam por ‘conceder’ a Miguel e Santiago a compaixão e compreensão merecidas.
O filme peruano é envolvente. O cenário é esplêndido e paradisíaco. Os sentimentos são intensos e as fatalidades velhas conhecidas. A realidade dos erros cometidos afasta todo o projeto do roteiro hollywoodiano em que existem felizes pra sempre - ou a absolvição de todos os pecados cometidos. Está claro que existe o dilema, mas não apenas de forma carnal. O que garante à película qualidade e originalidade que anda em falta na cinematografia. Originalidade essa que em 2011, foi premiada em diversos festivais de cinema, como o San Sebastián International Film Festival (melhor filme) e Havana Film Festival (melhor roteiro), entre outros. 

Fica a dica. Vale a pena assistir com atenção e mente aberta – esforços devidamente recompensados no final. 

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Breaking Bad: o Cinema na TV

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A nossa vida é cheia daquela velha reflexão mental "E SE?!", que nos faz refém de nós mesmos. Como já dizia Chico: "E se o oceano incendiar? E se cair neve no sertão? E se o urubu cocorocar?". Então a minha pergunta é: e se, você, um dia depois do seu aniversário de 50 anos (ou qualquer outro), descobrisse que estava com câncer pulmonar? E, ainda mais: inoperável?! Breaking Bad começa exatamente aí, com um BOOOM na vida de Walter Hartwell White.

Breaking Bad já vem detonando nos minutos iniciais, mostrando pro que veio: “Este programa contém enredo adulto, linguagem vulgar e cenas de sexo. Esteja o expectador ciente..

Que nem mamãe dizia: "quem não pode com o pote, segura na rodilha". Fomos avisados, então let's cook, bitches!



Antigamente, na era dos dinossauros, o cinema nos trazia grandes obras de arte, que nos enchiam dum mix de expectativa, emoção e gritos abafados de vibração. Quem aqui foi assistir nos cinemas ao Senhor dos Anéis, Django Unchained ou até mesmo Harry Potter? Aposto que em algum momento tudo foi emoção, aquele brilho no olhar, excitação, sangue voando no teu corpo, palavrões e derivados, não?! O cinema tem um brilho, todo um charme, uma magia que não pode ser explicada. Só que essa magia não é infinita, as tramas não são infinitas, os objetivos já não são mais tão os mesmos (R$). Então eu sento e te pergunto: qual foi o último filme/série que você assistiu que te deixou sem fôlego ou até mesmo dando tapinhas ao vento de comemoração? Talvez seja uma pergunta que te faça puxar a resposta longe, muito longe. Esse é o motivo pra assistir a Breaking Bad. Logo no episódio piloto, a série nos mostra Walter, o personagem principal, dirigindo descontroladamente um trailer com alguém desmaiado no banco do passageiro e outros dois jogados lá atrás, aparentemente mortos. Num certo momento, ele sai da estrada e também do trailer. Só de cuequinha e com uma câmera, no maior estilo de Pistoleiro, ele começa a gravar:

"Meu nome é Walter Hartwell White, moro na Alameda Riacho Negro, 308, Cidade de Albuquerque, no Novo México, CEP: 87104. Para as entidades de imposição da lei, isso não é uma confissão. Estou falando para a minha família agora. Skyler... você é o amor da minha vida, espero que saiba disso. Walter Júnior, você é o meu rapagão. Hav... Haverá algumas... coisas... coisas... que vocês descobrirão sobre mim logo... em poucos dias. Só quero que vocês saibam que não... Não importa o que isso pareça, eu só tenho vocês no meu coração. Adeus.".

Ao fundo do cenário, lá longe, podemos ouvir as sirenes se aproximando... Então Walter larga e câmera e se dirige pro meio da estrada com uma arma na mão e a aponta para frente. Vendo essa cena, todo esse depoimento, podemos notar que Walter é um homem que se importa muito com a família e, "com a família não se brinca". Na festa surpresa do seu aniversário de 50 anos, com toda a família e amigos reunidos na sala, começa uma reportagem com o cunhado policial de Walter na TV. Lá, vemos Hank, o cunhado de Walter, aprendendo muito dinheiro vindo da venda de metanfetamina. Walter acaba ficando encabulado com a quantidade de dinheiro, mas deixa passar. No dia seguinte, ele desmaia no trabalho e descobre que têm poucos meses de vida, com o câncer pulmonar inoperável como paradigma final. A vida tem dessas coisas... um dia estamos bem, outros dias nem aí... Mas ela segue. Então Walter liga pro seu cunhado e diz que quer participar duma operação com ele, só pra conhecer como é, por "curiosidade". Durante essa operação, ele encontra um ex-aluno seu, Jesse Pinkman, bitches! Jesse nunca foi um bom aluno, podemos notar de cara. Pinkman produzia metanfetamina e tinha acabado de perder o parceiro de produção. Nesse exato momento é que vemos uma mudança drástica na vida dum professor de Química, pai de família, sempre politicamente correto, no melhor "cozinheiro" de metanfetamina das galáxias! Walter se junta a Jesse e juntos, eles fazem a metanfetamina mais pura que todos já viram. A partir desse ponto, Walter White passa a se chamar Heisenberg, tudo pra deixar um legado pra sua família, mas no fundo, depois de tantos episódios, vemos que não é apenas isso. Walter realmente ama o que faz. Ele ama ser o centro, traficar, ter o poder nas mãos e ostentar.

Enquanto Jesse entendia do assunto, do tráfico, das ruas, White sabia como produzir algo quimicamente mais puro do que qualquer outra metanfetamina do mercado. De mocinho a monstro, Walter White se tornou um dos maiores personagens já criados nesse universo de séries e filmes e nas histórias dos carteis. Quando o assunto é negociar, Walter, o "come quieto", era um mestre na arte. Não sendo forte fisicamente, mas forte nas palavras e ações, o diretor de Breaking Bad, Vince Gilligan, criou um Monstro com "M" maiúsculo chamado Heisenberg. Na série, conseguimos chorar e rir ao mesmo tempo, sem perder toda aquela atmosfera totalmente tensa e dramática de algo feito com carinho. Podemos acompanhar o crescimento dos personagens, a evolução dos atores, uma trilha sonora de qualidade e aquela velha magia dos cinemas, só que agora diretamente na tela do seu notebook (TV). Com cinco temporadas bem feitas e com um final, que no meu ponto de vista e de nos muitos fãs, não deixou a desejar, Breaking Bad é altamente recomendado pra quem quer um entretenimento de alta qualidade.

PS: A série começou a ser exibida dia 15/01/2014, de terça à sexta-feira, a partir das 23:15, na Record. Quem quiser tentar a sorte com a "Química do Mal" (morrendo de rir hahahaha), boa sorte e boa diversão!

Links:

Assistir online (dublada ou legendada)
EZTV (download por Torrent)
Submarino

Outro novo coladorador...

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Ano passado, o Rouland, amigo que conheci conversando sobre livros e jogos, certa vez me falou sobre um blog que uma amiga estava produzindo. No momento em que ouvi a ideia, senti curiosidade, pois além de ser o "estilo" de blog que eu leria, já tenho uma base de como funciona um, pois também tenho. Então, recebi o convite pra fazer parte do grupo de colaboradores com eles e, resolvi aceitar. Não costumo falar em primeira pessoa, em me apresentar, mas nos últimos tempos venho tendo facilidade em fazer isso. Meu nome é Rodrigo Nonato, mas escrevo com o pseudônimo de Dorigor e, sou estudante de Sistemas de Informação pela UFAC. Tentarei trazer procês, leitores, postagens sobre séries, filmes, livros, música (nem sempre), jogos e talvez, caso apareça algo interessante na minha área, a de tecnologia, tentar filtrar o melhor e trazer. Enfim, espero que gostem (ou não) e não se acanhem em comentar, pois críticas construtivas fazem bem pro corpo e a mente. Até!

O Cemitério de Praga, por Umberto Eco

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Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, o aumento gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios Anciãos de Sião, que inspirará a Hitler os campos de extermínio, jesuítas que tramam contra os maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam os padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras.







Umberto Eco é um escritorfilósofosemiólogolinguista e bibliófilo italiano de fama internacional. É titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de ciências humanas na Universidade de Bolonha e é considerado um dos nomes mais importantes da semiologia ainda vivos. Com uma escrita original, onde mistura realidade com ficção, foi autor de clássicos como O Nome da Rosa e O Pêndulo de Foucault.  


Em O Cemitério De Praga o autor nos apresenta à uma trama ligada fielmente à história da Europa, onde todos os documentos e personagens citados são reais, com exceção de Simone Simonini, o protagonista. Mas mesmo o personagem principal pode confundir o leitor, pois pratica atos reais, que foram, de fato, exercitados por outras pessoas. O livro funciona como um autêntico diário de uma pessoa com uma espécie de amnésia, portanto pode parecer ao inicio um livro confuso e chato. Mas confusa é a exata definição de como está a mente do senhor Simonini.


Depois de ter se envolvido em mais tramas do consegue contar, Simonini vêm sofrendo de lapsos de memória. Eventualmente ele conhece um jovem, chamado Sigmund Freud, que o recomenda iniciar um diário, voltando alguns dias no tempo para tentar descobrir a origem desses lapsos. Porém a mente de Simonini está muito fragmentada, e ele não consegue lembrar de boa parte das coisas que fez nas ultimas semanas.


Ao ler o "diário" de Simonini também nos deparamos com os relatos de outro personagem, o abade Dalla Piccola, o que acaba por ser mais do que confuso, uma vez que o velho abade está morto, e pelas mãos do próprio Simone Simonini.


Simonini é um homem odioso, um dos personagens mais repulsivos de toda a literaturara, ficando para trás apenas de Joffrey Baratheon d'As Crônicas de Gelo e Fogo. Além de odiar as mulheres, por considera-las seres contaminosos, também odeia os judeus. Chegando a cogitar uma utópica eliminação de todos os judeus da face da Terra na seguinte passagem:



“Um dia será necessário tentar a única solução razoável, a solução final: o esterminío de todos os judeus. Até as crianças? Até as crianças. Sim, eu sei, pode parecer uma ideia típica de Herodes, mas, quando se lida com a semente ruim, não basta cortar a planta, convém arrancá-la. Se o senhor não quer mosquitos, mate as larvas.” p. 301

Podemos dizer que Simonini é um nerd ao maior estilo "noir", pois odeia sexo e ADORA COMER, o que faz o livro nos apresentar infinitas descrições de refeições. Mas além dessas características odiosas, ele também é um excelente falsificador de documentos. Um mestre da conspiração, e especialista em reproduzir a grafia de outras pessoas. Em toda a narrativa Simonini envolve-se em complôs contra judeus e maçons, falcatruas religiosas, conspirações, rituais satanistas, assassinatos, explosões e engana praticamente todos os personagens que encontra. Do estereotipo vilão da novela das 8, que tem como objetivo simples se dar bem. E é com isso na cabeça que ele começa a participar de conspirações políticas, com revolucionários como Garibaldi. Após isso, muitas outras conspirações batem em sua porta, e ele participa com prazer – não por gostar de conspiração, mas por amar a vida boa que o dinheiro lhe dava. Uma dessas conspirações é a origem dos seus lapsos de memória, e como de costume eu não vou contar.

A ideia do autor foi criar um livro histórico, e contar a obscura trama por trás da criação dos execráveis Protocolos dos Sábios de Sião, uma conhecida falsificação geralmente atribuída ao serviço secreto da Rússia czarista, a Okhrana. Os escritos, que se acredita terem sido baseados em um texto francês, descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas. E serviriam de inspiração a Hitler para os campos de concentração.


Obs: Esse não é o tipo de literatura comum ou simples, o livro do qual eu falo é complexo e "complexo" é o sinônimo de chato para algumas pessoas. Recomendo esse livro apenas para amantes de história, e para aquelas que gostam de ler sobre maquinações ou conspirações.

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