Em busca do limite do físico e espiritualmente impossível(?), o homem vem constantemente investindo em tecnologia e em recursos revolucionários para impulsionar não só a sua economia, mas também para ampliar os seus horizontes, sejam eles bélicos, econômicos, profissionais ou pessoais. E nessa corrida, sempre somos presenteados com obras cinematográficas que buscam fundir o homem com uma máquina ou desenvolver uma máquina com emoções humanas, criando assim, talvez, o homem perfeito. Temos exemplos bem famosos, como em Robocop, The Terminator e Bicentennial Man. Pra quem assistiu ao último filme que foi citado, vemos um robô criando laços humanos. A Terra ainda não é como o universo de Star Wars, cheio de robôs e outros bichos um tanto quanto curiosos e desajeitados (tirando os humanos, claro), mas é notável que o homem está em busca dum passo evolutivo envolvendo máquinas poderosas (e imortais) com emoções tipicamente humanas. A Inteligência Artificial é o ramo da ciência da computação que pode tornar isso possível, criando dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar (criando um ~cérebro digital~, com um ramo de IA chamado Redes Neurais), tomar decisões, resolver problemas, aprender com os erros etc. Resumindo tudo: ter a capacidade de SER humano enquanto se É máquina.
Redes Neurais |
Agora eu paro e leio o teu pensamento: "marminino, tu não ia falar sobre o filme lá, o tal de Her?! Em qual parte isso se relaciona com o filme? Tedoidé!". Calma, a introdução foi já feita. Agora, vem a melhor parte: o filme!
Vencedor da categoria "melhor roteiro original", concorrendo diretamente com outros grandes filmes como Dallas Buyers Club e Blue Jasmine, Her trouxe um roteiro impecável e um tanto quanto visionário e, por hora, utópico. Escrito, dirigido e produzido por Spike Jonze (de Where the Wild Things Are e outros filmaços), o filme nos coloca na pele de Theodore, um escritor recém separado e cheio de charme, interpretado pelo nosso querido Johnny Cash, o Joaquin Phoenix.
Enquanto Theodore ainda sofre internamente com as dores da sua separação e a saudade de seu ex-amor, a vida segue e ele até tenta se relacionar com algumas pessoas ou procura um sexo casual em salas de bate-papo nas madrugadas quando acorda e sente-se solitário, mas sem muito sucesso. As coisas são assim, né? Sempre estamos tampando um buraco com outro. Não sei dizer exatamente em qual ano a trama se passa, mas é notável que a tecnologia apresentada é muito avançada, permitindo comandos de voz para se fazer tudo o que fazemos manualmente, como digitar, por exemplo. Um certo dia, enquanto caminha nas ruas, Theodore depara-se com um anúncio da Element Software (a Microsoft no futuro) e a apresentação dum novo Sistema Operacional, agora com Inteligência Artificial. Essa "entidade intuitiva", segundo a Element, seria capaz de te escutar, entender e até te conhecer, pois não era apenas um sistema operacional, mas sim uma consciência, chamada OS1. Então, solitário e abandonado, o que Theodore decide fazer?! Exatamente isso, vai lá e compra o novo sistema operacional.
Antes do sistema ser inicializado, algumas perguntas são feitas a Theodore para determinar as características de seu sistema e, entre essas perguntas, uma é fundamental pro enredo se desenrolar: se ele desejaria uma voz masculina ou feminina. Feminina, né (não interpretem de forma errônea haha)?! E assim nasce Samantha, o sistema operacional com consciência mais delicioso de todo o mundo, na voz de adivinhem quem?! Isso mesmo, aquela que envolve muitos homens (e mulheres, sem dúvidas) com os seus cabelos louros de mel, sua sensualidade femme fatale e um sorriso que ilumina o dia de qualquer um, a gatíssima Scarlett Johansson! Posso até ouvir o suspiros de vocês... Menino, se aquieta! É apenas uma voz, mas há cada situação que... Só assistindo.
OS1, o sistema operacional com consciência sendo inicializado. WOW! |
Em certos momentos, apenas desejamos simplesmente ter alguém pra nos ouvir e aconselhar, outras vezes apenas nos ouvir, rir e compartilhar pedaços da memória. E é dessa simplicidade e daquilo que convém que as sementes são plantadas e criam raízes. A principio, Theodore fica assustado com a capacidade do que essa consciência no sistema operacional, algo não-humano e sem corpo, poderia fazer. Por fim, ambos começam a desenvolver laços e Samantha começa a sentir-se "diferente". Nesse momento, pensamos: isso dará um rolo doido! Note que esses sistemas operacionais com consciência estavam sendo vendidos e que não só Theodore comprou um. No decorrer do filme, ouvimos pessoas dizendo que fulano ou ciclano tem um namorado que é um sistema operacional. Que louco, não?! A trilha sonora e a fotografia do filme são bem harmônicas e combinam com cada momento que nos são presenteados.
O filme desenrola-se com base nessa relação, com um drama que nos faz rir e conheço gente que até chorou assistindo. O enrendo, sem dúvida, é muito bem trabalhado e deve ser apreciado por quem gosta dum bom filme. Finalizarei por aqui, pois apenas quis trazer uma visão geral do filme e dizer que Her mereceu sim ganhar esse Oscar, apesar de parecer um tanto quanto estranho alguém se relacionar com uma máquina (?). E você, qual sistema operacional utiliza no jogo do amor?